Ortiga
Padroeira: Nossa Senhora da Ortiga
Eucaristia Dominical: 9h30
Festas: 03, 04 e 05 de julho
A Comissão de festas de 2022 é constituída por: juiz – Agostinho Sousa, juíza – Élia Ferraz, tesoureiro – Luís Oliveira, juiz do salão – António Pereira
Sobre as Festas da Ortiga
Entrevista à agência Ecclesia (2020):
A festa em honra de Nossa Senhora da Ortiga é uma romaria secular de devoção, convívio e até início de namoro e realiza-se em julho, no concelho de Ourém.
“É verdade que as pessoas das redondezas e de modo particular os paroquianos de Fátima têm em grande apreço e grande devoção a esta imagem de Nossa Senhora e também este santuário. Quer dizer que tocar em qualquer assunto da devoção ou da tradição é sempre complicado neste local da Ortiga”, começa por explicar o padre Rui Marto, pároco de Fátima.
A primeira capela do santuário data de 1758 e esta festa recebe muitas pessoas provenientes de vários pontos do país que na época festiva reúnem-se num ambiente de convívio e confraternização, “ali se esquecem muitas quezílias”, para “celebrar a missa, ou se confessarem ou simplesmente estarem na sua devoção a Nossa Senhora”, assinala o sacerdote.
“É de facto de louvar e de engrandecer esse espírito que reina em cada ano de modo particular naqueles dias do jubileu e naquela tarde que chamamos a festa das famílias ou festa das tendas”, desenvolve o sacerdote.
As celebrações começam sempre no primeiro domingo de julho e duram três dias, no último dia, depois da eucaristia solene às 12h00, o almoço partilhado e o convívio realizam-se em tendas colocadas de véspera à volta da capela: “É um ambiente muito agradável, vêm os avós, os filhos, os netos, os compadres, vem toda a gente confraternizar durante essa tarde.”
Antigamente o andor de Nossa Senhora da Ortiga era carregado apenas pelos rapazes de 20 anos, que tinham sido chamados para cumprir o serviço militar obrigatório com destino à guerra.
“Este era o momento de se encontrarem todos e assumiam o transporte da imagem da Senhora, com um pedido que os protegesse e uma certa confiança à imagem que representa a mãe do céu. Era um ato de fé”, aclara o padre Rui Marto.
A tradição muda e aos poucos as raparigas também começaram a participar: “No mesmo espírito, da mesma idade, e é um ambiente agradável a nossa juventude dos 20 anos à volta da imagem de Nossa Senhora”.
A romaria ao Santuário da Nossa Senhora da Ortiga, na paróquia de Fátima, para além de um espaço para cumprir promessas era e é um local para iniciar namoros, hoje com menos frequência.
“Antigamente era mais visível, aqueles que dessem três voltas à capela juntos, rapaz e rapariga, era sinal que estavam para namorar e depois porventura casar”, conta o pároco de Fátima.
O padre Rui Marto recorda o caso particular de “um senhor que namorava duas raparigas” e que pediu ajuda a Nossa Senhora da Ortiga – “Senhora das duas namoradas, a primeira que aparecer é essa com quem quero casar” -, e “ainda estão casados”.